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    Lula pigmeu de Hannan (Kodama jujutsu) com braços levantados, fotografada em estado selvagem. Crédito: Brandon Ryan Hannan

    Nas águas costeiras das Ilhas Okinawa, os pesquisadores descobriram dois espécies de cefalópodesnomeado em homenagem ao folclore tradicional japonês.

    As paisagens subaquáticas perto de Okinawa, uma cadeia de ilhas subtropicais japonesas, estão entre os ecossistemas mais diversos da Terra. Com mais de 360 ​​tipos de corais, estes jardins marinhos vibrantes e delicados abrigam uma infinidade de espécies animais.

    Agora, pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST), bem como de outras universidades no Japão e na Austrália, avançaram na catalogação dessa abundância de vida ao descrever duas novas espécies de lula pigmeu – a lula pigmeu Ryukyuan (nome científico Idiosepius kijimuna, Ryukyu-himeika1 em japonês) e Lula Pigmeu de Hannan (Kodama jujutsu, Tsuno-himeika).

    Fada da floresta mal-humorada

    Os nomes científicos das duas novas espécies são inspirados no folclore japonês, devido à sua aparência e comportamento. A lula pigmeu Ryukyuan, Idiosepius kijimuna, recebeu o nome das fadas baixas e ruivas da floresta que vivem nas figueiras de Okinawa. Tal como o seu homónimo, as lulas são minúsculas, apresentam coloração vermelha e passam a maior parte do tempo no seu habitat florestal, presas à vegetação em tapetes rasos de ervas marinhas perto da costa.

    Lula Pigmeu Ryukyuan

    Lula pigmeu Ryukyuan, fotografada em estado selvagem. Crédito: Shawn Miller

    A lula pigmeu de Hannan, Kodama jujutsu, é uma espécie recém-descoberta dentro de um gênero totalmente novo. O gênero Kodama recebeu esse nome em homenagem aos espíritos de cabeça redonda que supostamente vivem em árvores antigas, cuja presença indica uma floresta saudável.

    O nome talvez incomum da espécie de jujutsu alude ao comportamento de caça da lula, que se assemelha à arte marcial japonesa: “O jiu-jitsu gira em torno da luta e do uso da força do oponente, e o jujutsu Kodama ataca camarões maiores do que ele, lutando com seu armas ligeiras”, diz Jeffrey Jolly da Unidade de Alterações Climáticas Marinhas do OIST, que é coautor do artigo que detalha a descoberta das duas espécies no Journal Marine Biology. A lula também foi observada com os braços levantados e enrolados acima da cabeça, lembrando uma pose de artes marciais.

    Agulhas em um palheiro

    Encontrar as lulas não foi tarefa fácil. Ambas as espécies fazem jus aos seus nomes, pois são verdadeiramente minúsculas – o maior espécime examinado media apenas 12 milímetros de comprimento, mais curto que uma agulha de costura.

    Somando-se a isso, ambas as espécies só são ativas à noite, e o Ryukyuan só aparece no inverno. Mesmo assim, esta espécie já foi capturada e (incorrectamente) identificada muitas vezes antes, sendo encontrada em tapetes rasos e relativamente acessíveis de ervas marinhas. Isto contrasta com o mais esquivo Hannan, que só é encontrado em recifes de coral, onde, como diz Jeffrey Jolly, “há tantas outras coisas para observar, que encontrar uma lula pequena do tamanho de uma unha mindinho não é uma tarefa fácil”. fácil”, mesmo para fotógrafos oceânicos experientes.

    Lula pigmeu Ryukyuan presa a uma lâmina de ervas marinhas

    Lula pigmeu Ryukyuan (Idiosepius kijimuna) presa a uma folha de erva marinha, fotografada na natureza. Crédito: Brandon Ryan Hannan

    A descoberta e documentação das duas espécies foram possíveis através da colaboração entre cientistas e fotógrafos subaquáticos. Jeffrey Jolly iniciou inicialmente seu trabalho de catalogação das espécies na Unidade de Genética Molecular do OIST, e o projeto envolveu pesquisadores de ambas as unidades, bem como de universidades australianas.

    É especialmente o trabalho dos fotógrafos subaquáticos e naturalistas Shawn Miller, Keishu Asada e Brandon Ryan Hannan, cujo nome comum Kodama jujutsu leva, que tornou a pesquisa possível, já que suas fotos deram início ao interesse inicial em catalogar as espécies.

    Ecologias ameaçadas

    Tal como os seus homónimos míticos, estas lulas pigmeus estão intimamente ligadas aos seus ambientes naturais nas águas esmeraldas de Okinawa. Estes habitats estão, infelizmente, ameaçados pela actividade humana, especialmente devido às alterações climáticas que aquecem as águas oceânicas, o que pode causar o branqueamento dos corais. A pesca excessiva, a recuperação de terras e o escoamento do solo também ameaçam os lares subaquáticos das criaturas, não importa quão grandes ou minúsculas elas sejam.

    Para Jeffrey Jolly, esta é uma das muitas razões pelas quais a ciência da taxonomia continua importante: “A taxonomia não é tão chamativa como outras ciências, mas através da nomeação e caracterização das espécies, destaca a incrível diversidade da vida nos oceanos, e é um lembrete de que há muito que ainda não sabemos.”

    Referência: “Duas novas lulas pigmeus, Idiosepius kijimuna n. sp. e Kodama jujutsu n. gen., n. sp. (Cephalopoda: Idiosepiidae) das Ilhas Ryukyu, Japão” por Amanda Reid, Noriyosi Sato, Jeffrey Jolly e Jan Strugnell, 21 de outubro de 2023, Biologia Marinha.
    DOI: 10.1007/s00227-023-04305-1

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