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    Com apenas algumas gotas de saliva e em poucos minutos é possível detectar a presença de THC graças a uma técnica desenvolvida pelas universidades de Córdoba e Valência, que permite acelerar o processo de análise e utilizar amostras muito pequenas.

    Universidades europeias desenvolveram um novo método para detectar THC de forma rápida e precisa em pequenas amostras de saliva.

    Esta técnica simplifica os processos tradicionais em duas etapas principais e utiliza espectrometria de massa para análise rápida. Ela representa um avanço significativo na tecnologia de testes de drogas.

    A cannabis é a droga ilegal mais usada na Europa. Estima-se que cerca de 8% de adultos usaram cannabis em 2022. O abuso generalizado dessa substância tem consequências para a saúde e é visto como um problema social importante. Um recurso fundamental para controlar seu uso e evitar esses problemas de saúde seria uma forma de análise rápida, simples, não invasiva e confiável que usa um fluido fácil de extrair, como a saliva.

    Análise inovadora baseada em saliva

    Para agilizar esse tipo de análise e torná-la eficaz em amostras menores de saliva, o FQM-215 – Preparação de amostras acessível e sustentável O grupo da Universidade de Córdoba trabalhou em conjunto com o grupo GICAPC da Universidade de Valência para conceber uma nova técnica de análise que simplifica o processamento da amostra e permite verificar a presença de THC (Tetrahidrocanabinol) com apenas 0,25 mL de saliva.

    Pesquisadores de detecção de saliva de cannabis

    Pesquisadores que realizaram o estudo. Crédito: Universidade de Córdoba

    Técnica de Microextração Dispersiva

    Para tal, utiliza-se uma técnica denominada microextração dispersiva por sorção, com uma barra agitadora miniaturizada, que “consiste na adição de um material capaz de extrair os analitos da amostra (no caso, o tetrahidrocanabinol na saliva), que tem propriedades magnéticas, de tal forma que quando um ímã muito pequeno (a barra agitadora) é colocado no dispositivo em que a saliva está localizada, ocorre uma agitação magnética causando a formação de um vórtice, dispersando aquelas partículas que interagem com os analitos na amostra. Quando a agitação é interrompida, as partículas com os analitos são atraídas novamente para o ímã”, explicou o pesquisador da UCO Jaime Millán Santiago.

    Dessa forma, as moléculas de THC na saliva podem ser extraídas muito rapidamente. “Reduzimos para 2 etapas o que de outra forma seriam 5”, disse a professora da UCO Marisol Cárdenas.

    Detecção simplificada de THC

    Após a etapa de preparação da amostra, vem a segunda: “Transferimos o ímã miniaturizado, revestido com as partículas que aprisionaram o THC que estava na amostra, e o transferimos para uma agulha, na qual aplicamos uma alta voltagem e adicionamos um solvente orgânico capaz de interromper a interação entre o material extratante e o THC, gerando um eletrospray que é introduzido no espectrômetro de massas”, explicou o pesquisador.

    Em apenas dois passos, e com uma amostra muito pequena de saliva, a concentração de Cannabis na saliva pode ser determinada em poucos minutos. Essa tecnologia, como explicou o professor Rafael Lucena, “já poderia ser incorporada aos métodos de análise de laboratórios de rotina” e se destaca pela sensibilidade, sensibilidade, precisão e precisão.

    Inovação Colaborativa

    Esta tecnologia é possível graças à combinação de duas inovações desenvolvidas pelas equipes de Córdoba e Valência. Enquanto a etapa de extração e preparação da amostra foi projetada pela Universidade de Valência, o método de análise foi idealizado por esta equipe no Departamento de Química Analítica da Universidade de Córdoba.

    “Usamos agulhas de aço inoxidável (material barato e disponível) e aproveitamos a parte não metálica da agulha (cavidade luer) para acoplar o ímã ao THC, retido no material extratante, e, para imobilizá-lo, usamos outro ímã externo, permitindo assim que o fluxo do solvente passe e elua os analitos, que saem da ponta da agulha como um spray que entra no instrumento analítico, onde se mede a concentração de THC”, explica Jaime Millán, um dos criadores deste método.

    Referência: “Acoplamento de microextração dispersiva sortiva de barra de agitação miniaturizada a emissores de ionização por eletrospray baseados em agulhas para espectrometria de massa: determinação de tetrahidrocanabinol na saliva humana como prova de conceito” por Andreu L. López-Juan, Jaime Millán-Santiago, Juan L. Benedé, Alberto Chisvert, Rafael Lucena e Soledad Cárdenas, 14 de maio de 2024, Química Analítica.
    DOI: 10.1021/acs.analchem.4c01297

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